segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Quando os fins justificam os meios

A luta encabeçada pelo senador eleito Cássio Cunha Lima e encampada pelo governador Ricardo Coutinho e pelo prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital, valeu muitas twittadas. Os três juntos, no Teleton, na noite de sábado, brigando por uma AACD em Campina, foi uma cena bacana de se ver.

Meu colega Wellington Farias considerou tudo uma baita hipocrisia, cada um fazendo a sua política particular - Vené se valendo de Marcondes Gadelha, amigo de Sílvio Santos, para atrair a atenção e fazer discurso empolado, o governador anunciando doação de terreno e Cássio, sorridente, acenando para os telespectadores ao ser lembrado, por Ricardo Coutinho, como o grande mentor da ideia.

E daí? Ainda que tudo fosse só encenação, o que vale é o resultado, um benefício para a Paraíba. Que todos se abracem pra sair bem na foto, escancarem sorrisos fingidos uns para os outros, mas se unam pelo bem dos paraibanos. Nesse caso, os fins justificam os meios.

Seria bom que cenas semelhantes, diante ou não dos holofotes da TV, fossem recorrentes em nossa política. Com certeza, como já frisei aqui neste espaço em outras oportunidades, a Paraíba poderia ser outra, ao invés de ficar quase engolida por Pernambuco e Rio Grande do Norte, onde os políticos se digladiam, sim, mas espantam o constrangimento e dão-se as mãos quando se faz necessário.

Eu gostei do que vi. Gostei de ver Veneziano ao lado de Ricardo Coutinho. Gostei de ver Cássio com ar triunfante na platéia. Gostei tanto que agora eu quero mais.

Quando teremos cenas dos próximos capítulos?

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Papelão, hein?

Feio, muito feio para o PMDB o boicote à reunião do governador Ricardo Coutinho com a bancada paraibana no Congresso Nacional para tratar de assuntos do interesse do Estado. E nem adianta fingir que não foi boicote. Foi.

De alguns, como Wellington Roberto, eu já esperava atitude como essa. Nenhuma surpresa. Mas de outros, não. Especialmente de Vitalzinho. Como bem lembrou Josival Pereira, da Tambaú FM, Vitalzinho não poderia ter faltado de jeito nenhum, porque seu irmão, o prefeito Veneziano Vital, de Campina Grande, vive pedindo audiência com o governador para tratar de assuntos do interesse de Campina. Se Vitalzinho falta à reunião, que moral terá para cobrar a audiência para o irmão prefeito?

Então, se depender do PMDB, que tem ligação com o governo Dilma, a Paraíba jamais avançará. Jamais. Porque o que importa para esse partido é o tal do crédito. Ou seja, tem peemedebista com medo que o governador não dê o devido crédito ao esforço conjunto que está sendo feito pelo desenvolvimento da Paraíba. Baboseira maior que essa ainda estou para escutar. É primitivismo político, como afirmou o deputado Ruy Carneiro, articulador da reunião.

De todos da bancada, o único que tinha motivos de sobra para não ficar cara a cara com o governador era o senador Cícero Lucena. Engoliu mágoas, passou por cima das inúmeras diferenças e ainda foi extremamente cortês com o governador, cumprimentando-o com um aperto de mão. Tudo isso em favor da Paraíba. Ninguém, em sã consciência, vai acusar Cícero – como quiseram acusar Ruy – de estar aderindo, né?

Reunir-se, discutir assuntos da mais alta importância dos paraibanos, juntar esforços... nada disso significa aderir. Isso só está na cabeça dos mesquinhos, dos políticos que nunca sairão da mesmice politiqueira, dos que querem ver a Paraíba afundar, desde que Ricardo Coutinho vá junto.

Aos ausentes, um lembrete: seus eleitores querem desenvolvimento, obras estruturantes, economia vitaminada, mais empregos. Com ou sem Ricardo Coutinho. Não estão nem aí para aparência de adesão. Negar-lhes a oportunidade de uma Paraíba maior é o mais alto grau da mesquinharia. Coisa de gente baixa. De primitivo, mesmo.

A Cícero Lucena, o nosso reconhecimento de político que sabe honrar o seu mandato. Ou alguém pensa que esse gesto foi algo banal para ele?



Em tempo
Ridículo o comentário de Wellington Roberto sobre a “falta de autoridade” de Ruy de “convocar” a reunião. Ruy apenas tomou uma iniciativa que ele jamais tomaria, estou errada? Agora Wellington, vendo a tolice que fez, quer “convidar” o governador para uma conversa sobre os interesses da Paraíba. Quer levar o tal do crédito, entende?

É nada, sabichão!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Prazo de validade para políticos

O que vocês acham? Políticos deveriam vir com prazo de validade?
Explico: no meio da discussão sobre a reforma política, há quem defenda uma maior rotatividade de mandatos, a fim de se renovar quadros partidários e arejar o ambiente político, tão impregnado de vícios. No site “Outras palavras”, por exemplo, Marilza de Melo Foucher, doutora em Economia pela Sorbonne, defende que os mandatos se limitem ao máximo de duas legislaturas. “Os quadros políticos devem ser renovados. A rotatividade pode ser a solução para levar os jovens a se interessarem na política partidária. Por exemplo, um vereador pode se candidatar a prefeito; o prefeito, a deputado estadual; o deputado estadual, a deputado federal; o senador, a governador; o deputado federal, a senador. Se esta regra fosse votada teríamos uma renovação completa do corpo partidário. É uma rica experiência poder subir na esfera da legitimação da representatividade popular”, argumenta.
É um bom argumento e deve ser maturado. Claro que os políticos mais profissionais não iriam gostar nem um pouco disso. Mas, de fato, a ideia é boa. Melhor seria se fosse levada à consulta popular. Aliás, a discussão toda sobre o novo código eleitoral não deveria ficar restrita à comissão de parlamentares encarregada da nova redação. O povo deveria opinar.
Você, leitor, acha que deputado estadual com prazo de validade seria o ideal? E que prazo seria esse? Duas legislaturas para cada cargo disputado?
Eu, particularmente, acho que seria uma boa prática, embora o próprio povo trate de dar prazo de validade aos políticos, naturalmente, sem necessitar de norma legal para isso. Nem sempre o fim da validade ocorre porque os eleitores os considerem maus políticos, mas porque gostam de renovação, como aconteceu com Winston Churchil após a Segunda Guerra. O líder continuou sendo amado e respeitado pelos ingleses. Mas o povo queria novos nomes.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Um metrô, por favor

O trânsito de João Pessoa está um caos. Muita gente comprando carro, poucas vias de escoamento, a cidade imprensada entre o rio e o mar, entre Cabedelo e Conde. Sem falar que, no mês de janeiro, moradores de outros municípios e Estados vêm passar as férias por aqui, que ninguém é de ferro.
Se eu fosse alguma autoridade na área de trânsito, já estaria com dor de cabeça. Alguma solução à vista?
Li neste portal que hoje João Pessoa está comemorando, pela primeira vez, o dia municipal da paz no trânsito. A data foi instituída pela Lei 11.973/2010, de propositura do vereador Bruno Farias “e é uma homenagem à Fátima Lopes, vitimada em um acidente na Epitácio Pessoa, e a todas as outras vítimas da violência no trânsito”, diz a matéria.
Precisamos de uma campanha publicitária pela paz no trânsito. Só um dia não dá. São 365 dias de caos. Ao problema da falta de espaço para a cidade crescer, some-se a falta de educação de motoristas, a insanidade de alguns motoqueiros, a imprudência de jovens, adultos e mesmo de pedestres – sim, pedestres também sabem como atrapalhar o trânsito. Que paz poderemos ter se nos falta o básico, a educação doméstica?
Mesmo antes de saber dirigir, eu já sabia que o lado direito das vias era para veículos lentos – ônibus e caminhões – ou para aqueles que gostam de andar devagar. Aqui, parece que a regra não vale. Vemos carros a 50 km/hora na faixa esquerda, atrapalhando todo mundo. E o motorista ainda fica com raiva se damos sinal de luz para que ele passe para o lado direito. Até parece que não frequentaram auto-escolas.
A iniciativa de Bruna é louvável. Mas é preciso mais. Mais dos legisladores, mais do Judiciário, mais das autoridades de trânsito. Ele lembra que processo criminal por homicídio de trânsito é uma rara exceção o que, segundo ele, acaba por incentivar novos crimes.
Concordo, Bruno.


E o metrô?

Toda vez que falo em trânsito, não me canso de citar Avenzoar Arruda e sua proposta de campanha para prefeito para construção de um metrô de superfície, que serviu de chacota àquela época. Hoje quem ri é ele. Precisamos não de um, mas de dois ou três.