terça-feira, 16 de novembro de 2010

Respeitem Cabedelo!

Um leitor meu reclamou, ao comentar minha última coluna (o comentário está lá, publicado), que eu havia esquecido de incluir o prefeito de Cabedelo no rol dos gestores públicos com pouco ou nenhum apreço pela coisa pública. Aceito a observação. De fato, no dia em que postei a coluna, saiu na imprensa notícia de que os bens do prefeito Régis haviam sido indisponibilizados. Coisa boa ele não fez.

Cabedelo não tem sorte com prefeitos. Nenhum faz quase nada. Mas já existem políticos se manifestando. Trocolli Júnior foi o primeiro. Dizem que o senador Roberto Cavalcanti, que mora em Intermares, tem intenções de se candidatar a prefeito.

Se o ex-deputado Denis, do PV, que mora em Camboinha, não for candidato, ou se Leto também estiver fora do páreo, eu voto em Roberto Cavalcanti. A despeito da desordem de sua vida econômica particular, tem provado que é um senador competente, preocupado com as questões da Paraíba. Botou Maranhão no chinelo.

As praias de Intermares (hoje com muito mais moradores que veranistas, inclusive com títulos eleitorais transferidos de João Pessoa para Cabedelo), Poço, Camboinha e Areia Dourada é como se não existissem para os prefeitos. Em Intermares, ondo moro, paga-se o IPTU mais caro do Estado. E pouco, muito pouco se tem feito para devolver aos moradores parte desse dinheiro.

Intermares não tem segurança. Ah, tá bom, há um posto policial, mas não consegue dar conta da demanda de ladrões. A iluminação nas ruas internas é péssima, favorecendo a ação de criminosos e baderneiros. Não existem praças – a única foi palco de confusão porque o prefeito tentou entregá-la a uma ONG que cuida das tartarugas do local. Esta ONG, por sinal, é bem-intencionada, mas praça é praça, tem que ficar com o povo.

Quando se asfalta uma rua, o prefeito a estreita, causando transtorno aos moradores. Alguns têm que fazer verdadeiras manobras radicais para tentar sair ou entrar de seus prédios, caso alguém estacione do outro lado da rua. Além disso, o asfalto mais parece uma capinha de piche para enganar os trouxas. Mal resiste a uma chuvinha de verão.

Portanto, caro leitor, sua indignação não apenas mereceu registro entre os comentários à minha antiga coluna, como também foi o mote desta. E você tem toda razão. Cabedelo merece respeito.



Transfiram seus títulos

Conversando com Ramalho Leite, ele me propôs que fizesse, como já o fiz em períodos eleitorais anteriores, uma campanha para que todos os moradores de Intermares e outras praias transfiram seus títulos de João Pessoa para Cabedelo. Só assim nos fortaleceremos. Quanto mais eleitores tivermos – e eles crescem a cada eleição -, melhor para o local em que escolhemos viver.

Viva Cabedelo!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Transição, verdades e mentiras

O governador José Maranhão tomou, finalmente, uma decisão prudente: reconheceu a derrota, coisa que ele não fazia há muito tempo. Agora, resta completar esse ato de lucidez permitindo uma transição tranquila, sem escaramuças. Para isso, os dois lados precisam ter bom senso, para que não se repitam os percalços que houve na época em que Ricardo sucedeu Cícero Lucena na prefeitura.

Ricardo é um tanto impaciente, Maranhão é um tanto turrão. Ambos terão que esfriar os ânimos e partir para uma transição verdadeiramente transparente, como o vice-governador Luciano Cartaxo já se dispõe a patrocinar.

Do lado de Ricardo, a dúvida é: será que Maranhão vai mesmo abrir o jogo sobre a situação do Estado? Ou a caixa-preta só vai ser descoberta mesmo após primeiro de janeiro?

Particularmente, não acho que Maranhão vá colocar na mesa a situação real, já que o Estado parece mesmo quebrado, a julgar pelas entrelinhas das declarações do secretário de Finanças, Marcus Ubiratan, sobre as dificuldades que poderá enfrentar para pagar o décimo-terceiro salário. De qualquer forma, tudo pode ser feito para que seja um processo com um mínimo de decência.

A crise é real. Por mais que se tente dar um polimento à situação, durante a transição, há muitos segredos encobertos.

Quando o governador José Maranhão era confrontado, nos debates das Tvs, sobre como conseguiria pagar a PEC-300, ele dizia: “Muito simples”. E continuava a conversa de “miolo de pote” afirmando que o crescimento econômico da Paraíba seria tanto que a arrecadação aumentaria a ponto de dar folga suficiente para esse aumento, que só passou a existir no segundo turno. Ou seja, não havia previsão legal e nem o Estado suportaria tanto.

A verdade veio mais depressa do que imaginei. Nada era tão simples assim. O Estado não está bem – está bem pior, isso sim. As declarações de Ubiratan são um alerta. Não, não é uma espécie de castigo, não acredito que seja uma vingança pela derrota de Maranhão. Creio que não há mesmo dinheiro folgado e nunca houve esse desenvolvimento que se descreveu com tanto alarido durante a campanha. O Estado está inchado, a folha está abarrotada, o endividamento aumentou, não existe dinheiro para o básico e numa existiu para PEC-300! Só que ninguém imaginava que não desse nem para o 13º!

Nada - repito - é tão simples quanto queria fazer crer o governador durante os debates. Mas torçamos para que, desta vez, haja um processo de transição menos complicado.